Fotos SinCity II

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

A pior doença.

Fui transferido da Jaula para um prédio, preferiria ficar na Jaula, do prédio vinham gritos assustadores, gritos que cortavam a alma, horrorosos, Pensei,  O que será que estão fazendo lá dentro para que alguém grite assim?
O Soldado que me levava, viu meu olhar assustado, e resolveu contar-me.
_ Os gritos que esta ouvindo são daqueles que incubaram o S1N2, estão se transformando, logo deixarão de serem humanos.
_ Mas porque vocês não curam eles, os tratam, por que deixa-los sofrer assim?
_ Amigo, infelizmente não há cura, nenhum remédio disponível, nada que possa ajuda-los. Muito triste ver pessoas assim sofrendo e nada poder fazer.
_ Qual o destino delas?
_ Quem está contaminado tem que morrer, se for comprovada a contaminação o doente morrerá, Será executado, gentilmente, sem dor, mas morrerá.
_ Mas quem são estes que estão gritando? De onde vieram?
_ Não quero lhe assustar, mas até ontem estavam normais, falavam como você, e foram resgatados como você foi, por isso nosso cuidado. Nós soldados, fomos imunizados, mas as vacinas acabaram, a produção demora, não podemos correr o risco, SinCity é área livre da contaminação, isto é, a contaminação está bloqueada neste prédio, ao entrar e ao sair, serei descontaminado.
_ Mas e eu, como ficarei? Estarei a mercê da contaminação?
_ Não há contato entre os detidos, não correrá riscos, quanto a isso fique despreocupado, se o virús se manifestar, será por já estar contaminado anteriormente.
Dito isso, a porta se abriu, e uma espessa fumaça branca nos cobriu, imediatamente as roupas se umedeceram daquela substância, matando qualquer agente patológico que nelas existisse.
Levaram-me para a sela, uma cama, um banheiro, uma pia, havia alguns livros que até desprezei, outras preocupações enchiam minha cabeça. Ao Sair o soldado me desejou boa sorte, disse que eu teria toda a ajuda possível.
O que sentir nesta situação? Frustrado pensei em tudo que ocorrera nas últimas semanas, sair de casa, lutar pela vida, invadir casas, roubar alimentos apodrecidos, pedalar quilômetros, sofrer acidentes, alegria de se alimentar, a tristeza da solidão, a alegria do encontro, e a decepção de ser detido. Algo mudará. Não era mais o jovem despreocupado de semanas atrás, hoje era um Homem, lutará pela sobrevivência, chegará ao objetivo, ele venceria.
No claustro teve tempo de pensar, refletir, ver aquilo que a movimentação impedia, olhou dentro de sí, quem era eu. Egoísta, mesquinho, preguiçoso,  soberbo, altivo. Se fosse analisar todas as falhas saberia que a lista era grande. O que tinha sobrado da vida que conhecia? Nada, talvez o planeta estivesse vivendo o caos, e várias SinCity's existiam, tentando salvar a humanidade, e dentro dele, seria ele ainda um humano? Não que estivesse contaminado, sentia-se bem e forte, mas algo estava mostrando o mal maior que havia dentro dele.
Lágrimas vieram aos olhos, sim, existia um mal maior, que como o S1N2, não tinha remédio. Um Mal lá dentro, um vazio, um gosto de algo que nada preenchia, nada satisfazia, mesmo em momentos da mais pura agitação, o vazio estava lá, o que preencheria este vazio.
Foi interrompido por um soldado que veio fazer-lhe uma inspeção, sangue foi colhido, altura e peso foram medidos, temperatura e pressão mensurados, Um Teste de raciocínio foi dado, Nada tão complicado, parecia aqueles passatempos que se faz quando não há nada para fazer. Dentro de instantes a refeição veio, Feijão, Arroz, Carne de panela, Salada de tomates, e um pudim de chocolate de sobremesa, tudo acompanhado de um gelado refrigerante de laranja, Comida de verdade, quase se esqueceu dos modos, quis comer com as mãos, tamanha a fome que despertará, mas lembrou-se que estava sendo analisado, então educadamente tomou o garfo e faca, e comeu.

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